terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Escrita, experiência e formação-múltiplas possibilidades de criação de escrita





“Para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós.

É que não sei estudar. E para escrever, o único estudo é mesmo escrever”.
Clarice Lispector



O trabalho feito com a língua escrita na escola me leva a indagar: na escola, há lugar de escrever para ler e ser lido ou tão somente para ser corrigido? Será que temos tido
a possibilidade de ler e de escrever e de aprender com essa práticas?

Diante desses questionamentos, abriu-se um leque de reflexões em meu pensamento sobre minha prática como professora. Trabalho no objetivo que meus alunos aprendam ler e escrever, observando-os e orientando-os sempre que leiam e escrevam, fazendo com que reflitam bastante sobre suas produções.A partir das dificuldades detectadas, trabalhamos coletivamente com diversas atividades problematizadoras de leitura e escrita para superarem a essas dificuldades, no entanto percebo a minha grande falha, trabalho apenas para que melhore suas produções tanto de escrita como de leitura, com a ação de corrigi-los e avaliá-los.
Pensarei minuciosamente quando meus alunos estiverem produzindo suas diferentes linguagens, dando a eles mais espaços para mostrarem o que pensam e sabem, oferecendo e deixando que criem diversos momentos de leituras e escritas, oportunizando ações concretas para que não temam a folha em branco quando estiverem produzindo, assim terão adquirido autonomia para poderem ter posições críticas, maduras e resistentes quando estiverem praticando suas escritas ao longo do seu percurso de formação.
Defendo a idéia de que para subverter os caminhos que prendem e moldam a palavra, através das formas de ensino praticadas na escola, a escrita precisa ser vista e trabalhada na escola como uma produção que não é útil, que não serve para nada, pois-não servindo-nunca correrá o risco de ser servil.
Analisando a forma e a importância da escrita no cotidiano escolar e social, entre tantas regras e restrições que são impostas na qual participamos, é preciso avaliar, observar e discutir ás diferentes formas de ensinar e aprender para que possibilite aos nossos educandos, espaços de opinarem, participarem, criticarem e registrarem suas escritas, incentivando-os a serem autores de suas próprias histórias e produções, e a histórias de outras pessoas, escreverem qualquer tipo de texto que gostou, criticarem os que não gostou, Ajudando a formarem indivíduos capazes de transformarem e buscarem um novo caminho, dando o valor necessário e original a palavra, seja ela oral ou escrita, descobrindo explorando o grande território infinito que temos em nossa volta.
Trabalhar com linguagem, leitura e escrita pode favorecer uma ação que convida à reflexão, a pensar sobre o sentido da vida individual e coletiva.
Quando registramos nossas vivencias, nossos conhecimentos e sentimentos. Abrimos nossos corações e mentes para uma consulta interior, para uma reflexão dos nossos atos e posturas fazendo uma releitura do mundo que nos cerca.

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